Uma Rã Com 12 Cromossomos Sexuais
A rã amazônica conhecida como jia-da-floresta (Leptodactylus pentadactylus) ostenta atualmente o título do vertebrado com o maior número de cromossomos sexuais já encontrado. São 12 cromossomos sexuais em um conjunto total de 22 cromossomos (10 são autossomos). Anteriormente, o vertebrado recordista era o ornitorrinco, um mamífero monotremado da fauna australiana, com 10 cromossomos sexuais. É um sistema muito diferente do nosso X e do Y que determinam se uma pessoa é homem ou mulher.
O biólogo Thiago Gazoni registrou o vertebrado
com o maior número de cromossomos
sexuais já encontrado. Trata-se da rã amazônica conhecida
como jia-da-floresta
(Leptodactylus pentadactylus).
De acordo com o pesquisador, o mais curioso é que, das 13 rãs estudadas
(seis fêmeas e sete machos) têm mais
cromossomos sexuais do que não sexuais (os autossomos). São 12 sexuais em um
conjunto total de 22 cromossomos. “O
que define, visualmente, serem cromossomos
sexuais é haver diferenças entre
os cariótipos de machos e de fêmeas”,
explica Gazoni, doutorando pela Unesp (Universidade
Estadual Paulista). A pesquisa foi publicada no site da revista Chromosoma.
Os cromossomos exclusivos
de um sexo seriam responsáveis
por defini-lo. Durante a evolução, o que
acontece é que os autossomos vão sofrendo
alterações que podem dar origem
a cromossomos com genes específicos
para um dos sexos. Aos poucos, outros
genes próximos ao determinador do sexo
vão sendo inativados, dando origem
a cromossomos especializados. As partes
inativadas ficam mais condensadas
e podem ser reconhecidas com métodos
adequados de coloração.
Segundo matéria de Maria Guimarães (Pesquisa Fapesp), nessa espécie de rã, os cromossomos sexuais se organizam em forma de
anel durante a divisão celular. É um sistema
muito distante do X e do Y que determinam
se uma pessoa é homem ou mulher. Na verdade, pouco
se sabe sobre os genes específicos que
tornam os anfíbios machos ou fêmeas,
função desempenhada em mamíferos
pelo gene SRY.
Anteriormente, o vertebrado recordista era o ornitorrinco,
com 10 cromossomos sexuais. Esse estranho animal da fauna australiana que, apesar de exibir patas com membranas entre os dedos, bico achatado e pôr ovos,
não é ave e sim mamífero pertencente à ordem dos monotremados. O ornitorrinco possui 52 cromossomos,
dos quais 10 são sexuais e aparecem
enfileirados durante a divisão celular.
Especialmente relevante para entender
a evolução dos sistemas de determinação
sexual foi a descoberta de que essa
cadeia de cromossomos dos ornitorrincos
tem genes típicos dos cromossomos X de mamíferos e Z de aves, de acordo
com artigo publicado em 2004 na revista Nature pelo geneticista alemão Frank Grützner, da
Universidade de Adelaide, na Austrália. É um indício de
origem comum entre esses sistemas que
até então se acreditava terem surgido de
forma independente. Mesmo assim, até
agora não está claro qual gene determina
os sexos nesse animal.
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