Caçados e Consumidos Até a Extinção

Centenas de espécies de mamíferos - incluindo chimpanzés, hipopótamos, gatos selvagens, pangolins e morcegos - estão sendo caçados e comidos até a extinção por humanos, de acordo com a primeira avaliação global do impacto da caça humana. A escala do comércio mundial de carne de animais silvestres é difícil de avaliar, mas está entre as principais causas da extinção de espécies atuais.

Segundo matéria que saiu esta semana no The Guardian, centenas de espécies de mamíferos - incluindo chimpanzés, hipopótamos, gatos selvagens, pangolins e morcegos - estão sendo caçados e comidos até a extinção por humanos, de acordo com a primeira avaliação global do impacto da caça humana. A carne de caça tem sido uma fonte tradicional de comida para muitos habitantes de áreas rurais, mas é a caça comercial em larga escala que está deixando florestas e outros habitats desprovidos de vida selvagem.

Os cientistas responsáveis por esta nova análise advertem  que, sem uma  ação efetiva, o desaparecimento destas espécies poderá levar ao colapso da segurança alimentar de centenas de milhões de pessoas que dependem da caça para a sobrevivência.
Os pesquisadores, cujo estudo foi publicado na revista da Royal Society Open Science, usaram a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês)  para identificar os mamíferos terrestres ameaçadas de extinção que são mais susceptíveis a caça para o consumo alimentar. Eles contabilizaram 301 dessas espécies, representando 7% de todos os mamíferos terrestres avaliadas pela IUCN e cerca de um quarto de todos os mamíferos em perigo de extinção. Outros mamíferos estão ameaçados pela perda de habitat ou caça por outras razões, tais como os elefantes que são caçados por  causa de seu marfim.
As 301 espécies incluem 168 primatas, como o gorila-da-planície e o mandril, 73 animais com cascos, como o iaque selvagem e camelo bactriano, 27 morcegos, como o morcego-dourado-das frutas e da raposa-voadora- de-barba negra, e 12 carnívoros , como o leopardo-nebuloso e várias espécies de ursos.
Há também 26 marsupiais ameaçados pela caça de carne, incluindo o canguru-grisalho-das-árvores, e 21 espécies de roedores, como o esquilo-gigante-Sulawesi e o rato lanudo-alpino. Todos as oito espécies de pangolins estão ameaçadas e estas espécies ganhou proteção de alto nível na recente reunião de cúpula da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES, na sigla em inglês).
A escala do comércio global de carne de animais selvagens é difícil de medir, mas, em 2011, o Centro Internacional de Pesquisa Florestal estimou que  6 mil toneladas de animais foram levados a cada ano. Outra estimativa indica 89.000 toneladas de carne, no valor de 200 milhões de dólares, são retiradas a cada ano da Amazônia brasileira. A carne também é contrabandeada para exterior, com uma estimativa de 260 toneladas de carne de animais selvagens por ano que são transportadas  escondidas em bagagem pessoal em apenas um aeroporto europeu, o Charles de Gaulle, em Paris.
Os pesquisadores disseram que resolver o problema do excesso de caça vai exigir uma maior proteção jurídica para as espécie, capacitar as comunidades locais no sentido de que elas se beneficiem da conservação da vida selvagem, fornecendo alimentos alternativos e de um melhor planejamento educacional e familiar para conter o crescimento populacional.
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