Jacarés e Capivaras da Barra da Tijuca (RJ) na Mira dos Caçadores

Jacarés e capivaras que habitam as águas do complexo lagunar da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro estão sendo vítimas de caçadores que atuam preferencialmente no horário da noite, quando não há fiscalização. A carne desses animais possuem valor comercial e são vendidas ou consumidas pelos próprios criminosos.


Biólogos e ativistas ambientais da região têm denunciado a caça de capivaras e jacarés nas lagoas da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. A situação, dizem os ativistas, é conhecida por qualquer pessoa que frequente ou tenha algum conhecimento sobre a área. Outros animais também são caçados, mas alvos principais são as capivaras e os jacarés, cujas carnes são valorizadas e vendidas ou consumidas pelos criminosos.
A fiscalização escassa é a principal dificuldade no combate à caça, diz o biólogo Marcelo Mello, morador da Ilha Primeira. Outro problema, segundo o biólogo, é a falta de educação ambiental.
“Eu costumava ir aos conselhos de segurança, e sempre dizia que ninguém se preocupava com esse tipo de crime. A Polícia Ambiental tem um contingente pequeno e age mais nas florestas, nas unidades de conservação. O governo também não se preocupa em fazer um trabalho de educação ambiental com a população que vive no entorno das lagoas, o que é muito necessário”, diz o biólogo em matéria publicada pelo jornal O Globo.
Segundo a matéria, Marcello Mello diz que há três tipos de caça: a primeira seria a “farra da cachaça”, em que as pessoas comem a carne dos animais mortos às margens das lagoas, logo após matá-los; a caça para venda da carne; e a “caça da maldade”, feita em menor escala, em que se atira em capivaras e jacarés por mera diversão. Na maioria dos casos, diz ele, os caçadores são moradores de comunidades próximas às lagoas:
“Normalmente são pessoas vindas do interior e acostumadas a capturar animais. Os caçadores agem no fim da tarde, quando as capivaras aparecem, e usam armadilhas, facões, cordas ou armas de fogo”.
O biólogo Ricardo Freitas, que pesquisa os jacarés nas lagoas da região, também lamenta a situação. Ele diz que em torno das lagoas é fácil mapear pontos de descarte de carcaças e vísceras:
"Há duas semanas, o biólogo Mario Moscatelli postou a foto de uma carcaça de capivara que viu boiando na Lagoa da Tijuca. Ele diz que geralmente encontra animais mortos nas áreas de mangue e de brejo onde sua equipe faz trabalhos, principalmente nas lagoas do Camorim e da Tijuca, nos locais conhecidos como Saco Grande e Saquinho."
Para Marcelo Mello, o desconhecimento dos agentes públicos reflete o descaso com a situação das lagoas. “Falta investimento em pesquisa. Catalogar a fauna das lagoas, por exemplo. Não existe preocupação em identificar e estudar a vida silvestre daqui. Os animais estão entregues à própria sorte. Nós só contamos com trabalhos independentes, feitos por ambientalistas”.
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