O Superjacaré Amazônico Capaz de Predar o Tiranossauro Rex

Estudo conduzido por pesquisadores brasileiros revela que a mordida do superjacaré pré-histórico de nome Purussaurus brasiliensis , que viveu na Amazônia, era duas vezes mais forte que a de um tiranossauro e cinco vezes mais que a de um tubarão branco. Um fenômeno geológico deu fim a esses répteis vorazes: o surgimento da Cordilheira dos Andes.

Um estudo publicado na semana passada por uma equipe de pesquisadores brasileiros colocou na berlinda o então esquecido Purussaurus brasiliensis, antepassado do jacaré, que viveu na região da Amazônia no período mioceno. Extinto há 8 milhões de anos, o réptil possuía uma mordida duas vezes mais forte que a do Tiranossauro Rex, o mais notório dos dinossauros. 
Pela primeira vez foram feitas estimativas detalhadas das dimensões e da fisiologia do Purussaurus. Segundo Aline Ghilardi, paleontóloga da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ele precisava de uma imensa quantidade de comida para sustentar o corpanzil que podia passar dos 12 metros de comprimento. Os pesquisadores calcularam que o jacaré pré-histórico precisava comer uma média de 40kg de carne diariamente para sobreviver, pelo menos 15 vezes mais do que um jacaré contemporâneo come.
Descoberto em 1892, pelo cientista e aventureiro brasileiro Barbosa Rodrigues, o Purussaurus pode pesar até oito toneladas. O período em que viveu foi marcado por grandes mamíferos na região da Amazônia. Havia preguiças de cinco metros, por exemplo. Uma presa perfeita para o Purussarus.
Purussaurus viveu há 8 milhões de anos, mais de 50 milhões depois da extinção do tiranossauro. Mas a pesquisadora Aline Ghilardi não tem dúvidas sobre quem levaria a melhor caso os dois animais se encontrassem pelo caminho.
"O tiranossauro não teria vez numa luta. Para começar, o Purussaurus vivia numa região de pântanos,
o que lhe dava mais vantagem territorial. E sempre vale lembrar que um antepassado do jacaré era predador do tiranossauro", conta Ghilardi.
Segundo a equipe de pesquisadores, a força da mordida média do jacaré pré-histórico brasileiro era de sete toneladas, com força mínima de 41 mil e máxima de mais de 115 mil. O tiranossauro, por exemplo, não passava de 57 mil. A pesquisa brasileira foi possível por causa da descoberta de um crânio no Acre pelos paleontologistas Edson Guilherme e Jonas Souza Filho.
Análises de outros pesquisadores em fósseis do Purussaurus revelaram que ele já era capaz de fazer os temidos "rolamentos" na água com que jacarés e crocodilos de hoje matam e desmembram suas presas.
Mas um fenômeno geológico seria fatal para o jacaré pré-histórico: o surgimento da Cordilheira dos Andes, que teve um impacto profundo no meio-ambiente do continente inteiro, e ainda mais dramático na região amazônica. As mudanças extinguiram diversas espécies e tornaram a vida do Purussaurus brasiliensis extremante complicada.
A constante subida dos Andes e a mudança do sistema amazônico de pântanos para os sistemas de rios que temos hoje reduziu muito a área para esses animais gigantes viverem. Ao reduzir também o número de presas, causou rapidamente a extinção dos superjacarés amazônicos.
Fonte: G1

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