A Homossexualidade nos Animais

Cerca de 1.500 espécies animais, de primatas a nematóides, já foram documentadas engajadas no que tecnicamente se chama de comportamento homossexual. A homossexualidade feminina parece especialmente comum em aves marinhas, mas os pombos também costumam exibir atividade homossexual de fêmeas e machos.

Na ilha de Oahu, no Pacífico, cerca de 30% dos casais de albatrozes-de-laysan Phoebastria immutabilis é formado por fêmeas que mantêm uma relação estável (em geral, dura a vida toda) e juntas criam seus filhotes. Como um casal de albatrozes só consegue criar, com sucesso, um filhote a cada temporada, as moças têm que entrar em algum acordo. De fato, ambas têm a chance de ser mães ao longo dos anos de sua relação. Quanto aos pais, estes em geral são senhores casados da vizinhança, cooptados como doadores para as produções não independentes.
Conforme nos esclarece o biólogo Fábio Olmos em sua matéria intitulada Animais gays não têm pastores homofóbicos, publicada em 2013 no site "O Eco", este exemplo de homossexualidade em uma espécie animal é explicável em um contexto evolutivo onde machos são mais raros do que fêmeas (no caso, os machos são 41% da população), e são sempre necessários dois parceiros para criar um filhote. Todavia, não se pode descartar que as moças se juntem simplesmente por gostarem umas das outras, já que namoram e cortejam da mesma maneira que os casais heterossexuais.
Os albatrozes-de-laysan são uma entre cerca de 1.500 espécies animais, de primatas (incluindo o Homo sapiens) a nematoides, que já foram documentadas engajadas no que tecnicamente se chama comportamento homossexual. A homossexualidade feminina parece especialmente comum em aves marinhas, porém há espécies de lagartos que dispensaram totalmente os machos. Nesse caso, existem apenas fêmeas partenogenéticas que precisam realizar “pseudo-cópulas” para ovularem (nenhum mamífero é capaz de nascimentos virgens, apesar de algumas histórias, e mesmo se fosse os bebês também seriam fêmeas).
Entre machos, há exemplos de uniões estáveis entre pinguins, abutres e cisnes-negros. Os últimos podem parear com fêmeas em um ménage que dura até os ovos serem postos. A(s) fêmea(s) é(são) então expulsa(s) e os rapazes criam os filhotes com um sucesso maior que o de casais heterossexuais. 
Entre os mamíferos, há carneiros domésticos que se recusam a copular com ovelhas, fazendo-o apenas com outros carneiros (o que está associado a diferenças neurológicas), botos-cor-de-rosa que gostam de sexo nasal, e girafas, elefantes e leões que podem dedicar-se ao sexo homossexual com frequência até maior que ao sexo heterossexual.
Os exemplos são variados e há uma série de explicações idem, de estratégias que maximizam o sucesso reprodutivo em determinadas circunstâncias (como entre as albatrozes) a comportamentos que emergem da interação entre a plasticidade neuronal e a ação de hormônios. Além, é claro, do fato óbvio de sexo ser divertido e os bichos – sem as travas culturais humanas - gostarem do que fazem.
Fonte; O Eco

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