Botânica Forense

Botânicos espanhóis querem que a botânica forense seja oficialmente reconhecida em seu país. A criminologia mundial registra vários casos que foram resolvidos graças à contribuição dos especialistas em vegetais.


Pesquisadores espanhóis lutam para que a botânica forense seja reconhecida como uma disciplina forense no país. Além de resolver assassinatos, a técnica permite detectar fraude alimentar, envenenamentos ou o ponto de partida de drogas. Em outros países a botânica forense já está oficializada, mas na Espanha, a Justiça ainda recorre a determinados especialistas como os palinólogos ( especialistas no estudo de poléns) para solucionar certos crimes enigmáticos.
A botânica forense tem um grande histórico na solução de  casos em que as pistas pareciam conduzir a um beco sem saída. Em 1959, o palinólogo Wilhelm Klaus identificou o pólen presente no calçado de um suspeito e contribuiu para resolver o desaparecimento de um homem em Viena. Umas décadas antes, em 1935, durante o julgamento do sequestro do filho do aviador Charles Lindebergh, a análise da madeira com que se tinha feito uma escada encontrada no local do crime, conduziu até o criminoso. Mais recentemente, na Espanha, a presença de diatomáceas (algas microscópicas) no corpo da pequena Mari Luz serviu para determinar a sua morte por afogamento.
Em 1992, a polícia encontrou o corpo da jovem Denise Johnson no deserto do Arizona com sinais de violência. Entre seus pertences, acharam um pager cujos dados apontavam para um determinado suspeito, mas os agentes precisavam de mais provas. Na perícia do local do crime, descobriram que uma árvore, do gênero Parkisonia ( mais conhecida como "pau- verde") tinha sido atingida por um veículo recentemente. A polícia também periciou a van do suspeito e encontrou nela várias sementes que podiam ser da árvore em questão, porém para identificá-las precisavam da ajuda de um botânico. Assim foi feito. A análise do DNA das sementes por um botânico não deixou dúvidas: elas pertenciam a árvore danificada na batida e situavam o suspeito no local do assassinato. Este foi o primeiro caso de homicídio na história resolvido graças à botânica molecular.
As possibilidades de se aplicar a botânica no âmbito criminalístico são, portanto, muito mais amplas. Pode servir na investigação de toxinas vegetais e contribuir na análise do conteúdo estomacal de pessoas envenenadas. Pode servir também para rastrear o ponto de origem de um  carregamento de drogas, como também no rastreamento de toxinas em caso de bioterrorismo.
Fonte: Vozpópuli


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