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A Célula é o Limite

Bilionário co-fundador da Microsoft, Paul Allen cria um instituto de pesquisa em biologia celular para desvendar o funcionamento das estruturas celulares e desenvolver novas linhagens de células-tronco para combater doenças cardíacas e alguns tipos de cânceres.
O empresário bilionário e filantropo Paul Allen planeja injetar 100 milhões de dólares em pesquisas da unidade mais básica da vida - a célula. O antigo Instituto Allen para a Ciência Cerebral (Allen Institute for Brain Science) de propriedade do co-fundador da Microsoft, em Seattle, Washington, será transformado no recém-criado Instituto Allen de Biologia Celular ( Allen Institute for Cell Science). Desde 2003, Allen vem gastando centenas de milhões de dólares na produção de uma série de "atlas do cérebro" que se tornaram plataformas essenciais na orientação de neurocientistas interessados ​​em saber onde genes específicos são ativados ou quão distante os neurônios podem se comunicar.
Como no seu primeiro projeto, o mais recente instituto Allen irá desenvolver um 'observatório da célula' onde pretende mostrar como é o e trabalho das partes integrantes de uma célula, como os ribossomos, microtúbulos e mitocôndrias, e como elas interagem e atuam ao longo do tempo, disse o diretor executivo do instituto Rick Horwitz. Horwitz fechou seu laboratório de biologia celular na Universidade da Virgínia, em Charlottesville, para chefiar o instituto da célula, em Seattle, Washington. Os 70 ou mais cientistas de diversas áreas do conhecimento, que vão compor a equipe do instituto, trabalharão focados exclusivamente nos objetivos gerais do observatório - que é construir uma visão global das inúmeras atividades no interior das células. "Vai ser algo mais parecido com o Projeto Manhattan", disse Horwitz.

Mapear cada pequeno detalhe de cada tipo de célula é uma tarefa difícil, mesmo com o apoio das 27 pessoa mais rica do mundo. ", diz Horwitz. O instituto vai estudar células humanas pluripotentes induzidas (células-tronco condicionadas a um estado semelhante ao de células-tronco embrionárias) e como elas se diferenciam em laboratório em dois tipos celulares: células do músculo cardíaco chamadas cardiomiócitos; e as células epiteliais que revestem as cavidades corporais. Estes tecidos foram escolhidas tanto pela sua relevância para a doença - o mau funcionamento dos cardiomiócitos causa doença cardíaca e a maioria dos cânceres surgem em tecidos epiteliais - como pela facilidade com que podem ser gerados de forma reprodutível e cultivadas em laboratório. 
O plano do instituto é produzir muitas linhagens diferentes de células e determinar como os diferentes componentes celulares respondem a estímulos tais como infecção ou exposição a uma droga. Estes dados, então, vão orientar a construção de modelos computacionais para prever como as células funcionam sob diversas condições, e todas as informações obtidas serão disponibilizados online. O instituto também vai disponibilizar suas linhagens de células para que outros cientistas possam desenvolver o seu trabalho.
Cem milhões de dólares estão destinados para cobrir os primeiros cinco anos do projeto, após os quais Allen irá rever as realizações do observatório e decidir se vai querer manter o financiamento, disse Horwitz. O Instituto do Cérebro de Allen também iniciou com um investimento de 100 milhões de dólares e recebeu financiamento subsequente de 400 milhões. Allan Jones, executivo-chefe do instituto do cérebro, diz que o sucesso do instituto da célula será medido tanto em termos de produção de pesquisa - os atlas do cérebro produziram dezenas de artigos - e seu impacto mais amplo sobre a biologia. "É preciso fazer um produto de alta qualidade em que as pessoas confiam e acreditam ", diz ele.
Assim como muitos estudos atuais de neurociência começaram impulsionados pelos atlas do cérebro do Instituto Allen, o observatório da célula "será o lugar onde os biólogos celulares vão iniciar os seus projetos", diz Sandra Schmid, membro do conselho consultivo do instituto celular e bióloga celular da Universidade do Texas Southwestern Medical Center, em Dallas. Ruedi Aebersold, biólogo de sistemas no Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Zurique, está entusiasmado com os planos, mas acha que ainda vai levar tempo para o instituto deixar uma marca indelével na biologia celular. 
Fonte: Nature

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