A Avifauna do Monte Roraima

Muito em evidência por conta da novela "Império" da Rede Globo, o Monte Roraima é uma região com alto grau de endemismo, principalmente répteis e anfíbios. O local também abriga belíssimos exemplares da avifauna da América do Sul como o tico-tico do tepui (foto:Victor Skrabe)

Nem só de diamantes e trama novelesca vive o Monte Roraima. Localizado na América do Sul, na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, o Monte Roraima é uma região com alto grau de endemismo, ou seja, existem muitas espécies de animais e plantas que só podem ser encontrados lá, principalmente répteis e anfíbios.. 
Esse ambiente é protegido no território venezuelano pelo Parque Nacional Canaima e no território brasileiro pelo Parque Nacional do Monte Roraima e constitui um tepui, um tipo de monte em formato de mesa bastante característico do Planalto das Guianas. Delimitado por falésias de cerca de 1.000 metros de altura, seu platô apresenta um ambiente totalmente diferente da floresta tropical e da savana que se estende a seus pés.
Descoberto apenas no século XIX, o monte Roraima foi escalado pela primeira vez em 1884, por uma expedição britânica chefiada por Everard Ferdinand im Thurn. Entretanto, apesar das diversas expedições posteriores, sua fauna, flora e geologia permanecem largamente desconhecidas. A história de uma dessas incursões inspirou sir Arthur Conan Doyle a escrever o livro O Mundo Perdido, em 1912. Com o desenvolvimento do turismo na região, especialmente a partir da década de 1980, o Monte Roraima tornou-se um dos destinos mais populares para os praticantes de trekking, devido ao ambiente singular e às condições relativamente fáceis de acesso e escalada. O trajeto mais utilizado é feito pelo lado sul da montanha, através de uma passagem natural à beira de um despenhadeiro. A escalada por outros pontos, no entanto, exige bastante técnica, mas permite a abertura de novos acessos.
Natália Allenspach, autora do blogue '"A Passarinhóloga", nos conta que o seu marido esteve no Monte e registrou belas imagens das aves da região. " A trilha é feita a partir do lado venezuelano, com saídas regulares de Santa Helena de Uairén. É preciso contratar uma agência para fazer essa excursão. Ao todo são sete dias de caminhada: dois para ir, três para conhecer o platô e mais dois para voltar. A região é muito úmida e chove bastante, o que atrapalha bastante na hora de tirar fotos. É preciso ter cuidado com o equipamento fotográfico.", diz Natália em seu blogue.
Segundo ela, " a maior parte das aves são observadas no caminho para o Monte Roraima. Lá em cima a vegetação fica muito rala e quase nenhum animal é visto. A paisagem é desolada, com formações rochosas exóticas e um visual meio alienígena(...). Além da trilha, outra opção bastante interessante para observar aves é nos arredores de Santa Helena de Uairén. A cidade localiza-se no meio da chamada Gran Sabana. A região é bonita, com trilhas leves e muitas cachoeiras. Foi nesse passeio que o Victor ( o marido dela) fotografou o casal de tem-tem-de-dragona-vermelha."
Segundo a Wikipedia, A fauna e a flora dos tepuis é largamente desconhecida devido à exploração tardia dessa região da América do Sul e novas espécies são descobertas a cada ano. As espécies identificadas são marcadas pelo forte endemismo – em especial a fauna –, o que indica ameaça ou risco iminente de extinção.
A avifauna é representada por centenas de espécies, das quais as mais comuns são a marreca-toicinho, o falcão-de-coleira, o periquito-de-bochecha-parda, o peixe-frito-pavonino, a corujinha-de-roraima, a coruja-buraqueira, o tico-tico, o tucaninho-verde, além de cinco espécies de beija-flor, entre outros. Algumas dessas espécies são endêmicas dessa região da América do Sul e são restritas às circunvizinhanças dos tepuis. É o caso do taperuçu-dos-tepuis, do beija-flor-do-tepui, da corruíra-do-tepui, o inhambu-do-tepui, da tiriba-de-cauda-roxa, do periquito-dos-tepuis, do bacurau-dos-tepuis, do asa-de-sabre-canela, do topetinho-pavão, do brilhante-veludo, do barranqueiro-de-roraima, do torom-de-peito-pardo, do anambé-de-whitely, do cabeça-branca e do dançarino-oliváceo.

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