Seu Espirro Vai Longe

Cientistas americanos usam câmeras de alta tecnologia e simulações matemáticas para entender o mecanismo de dispersão das gotículas que expelimos ao tossir ou ao espirrar e chegam a conclusões surpreendentes

Cientistas do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) chegaram à surpreendente conclusão de que as as gotículas que alguém expele ao tossir ou ao espirrar vão muito mais longe do que se imaginava. Segundo o professor de matemática aplicada no MIT, John Bush, “quando você ou alguém perto de você tosse ou espirra você vê e sente as gotas maiores. O que não vê, nem sente, é a nuvem de gotículas que também expele com as gotas maiores.”
Por meio de novas simulações matemáticas, John e equipe puderam mostrar que as menores gotículas viajam distâncias 200 vezes maiores do que antes imaginavam, pois são tão leves que ficam muito tempo suspensas no ar.
Os cientistas montaram as simulações matemáticas depois de filmar, com câmeras velozes, várias tosses e espirros. Atualmente, tais câmeras conseguem tirar 20.000 fotogramas por segundo. Os filmes mostraram que as gotas mais gordinhas iam ao chão logo, depois de uns poucos metros; mas as gotículas realmente pequenas (com 50 micrômetros de diâmetro ou menos) ficavam em suspensão por bastante tempo, e, levadas pelo ar, podiam até subir ao teto e alcançar as entradas do ar-condicionado.
Antes, os simuladores tratavam cada gotícula como se fosse uma minibala, e usavam as equações típicas da balística para prever sua trajetória e alcance. John e equipe viram que é melhor tratar as gotículas realmente pequenas como um conjunto, semelhante a uma “nuvem de gás”, pois nuvens de pequenos elementos se comportam de maneira distinta dos elementos em si, isolados. Agora, os cientistas planejam usar o que aprenderam para elaborar modelos matemáticos mais precisos do espalhamento de micro-organismos patogênicos.
Com essa nova informação em mente, diz John, arquitetos e engenheiros deveriam rever o projeto de prédios e hospitais novos, assim como imaginar as reformas necessárias em prédios e hospitais antigos, para, em primeiro lugar, impedir o sistema de ar condicionado de espalhar tais gotículas por toda parte. “Cada uma dessas gotículas muito pequenas”, diz John, “serve de veículo ideal para vírus e bactérias perigosos.”

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