As Piores Epidemias da História

As carroças cheias de cadáveres, pessoas agonizando no meio das ruas, religiosos malucos. Essas foram as consequências da peste negra. Surgida na Idade Média, a doença matou metade da Europa e parte da China.

As epidemias se caracterizam pela contaminação de um grupo de pessoas muito grande, como uma cidade ou uma região, num período muito curto de tempo. Se a contaminação atingir áreas mais amplas, ela é chamada de pandemia. Na história viu-se muitas vezes a humanidade se descabelar por causa dessas doenças desagradáveis. Acredita-se que o homem criou as condições ideais para suas epidemias quando começou a domesticar animais, que já possuíam seus próprios micróbrios, ou quando começou a armazenar alimentos, prática que atraía muitos animais perigosos à saúde, sem contar a exposição a esse tipo de comida que, digamos, estariam em más condições (no mínimo). Além disso, o modo de vida contemporâneo vai desafiando cada vez mais os tipos de epidemias, que se desenvolvem em complexos cada vez mais resistentes, e como resultando elas acabam nos desafiando.
Quando se fala em quantidade de pessoas que morreram em um curto espaço de tempo, a pior epidemia foi a da peste negra, que assolou a Europa e a Ásia no século 14. Também conhecida como peste bubônica, a doença apareceu em 1348 e, em dois anos, matou um terço da população européia (estimada em 75 milhões de pessoas). A peste é transmitida por uma bactéria, que tem como vetor a pulga do rato. A vítima é picada pelo inseto e o patógeno entra no sistema sanguíneo. De lá, ela pode se alojar nos gânglios, criando os bulbos, mas também pode ir para o sangue, criando uma infecção generalizada, ou ainda comprometendo os pulmões. Quando a bactéria era responsável por uma pneumonia, passava a ser expelida pelas secreções e a doença era transmitida de uma pessoa a outra, facilitando sua disseminação. "A mortalidade foi grande porque, na época, não havia antibióticos e a população não entendia como a bactéria se disseminava", explica o infectologista Stefan Cunha Ujvari. O médico ainda conta que a bactéria nunca desapareceu, mas depois de varrer a Europa continuou vivendo nos ratos e, de tempos em tempos, causava pequenos surtos da doença. Até hoje é possível encontrar a peste bubônica em algumas regiões do mundo, mas atualmente ela é facilmente curada com a ajuda de antibióticos.
Outra epidemia importante é a que dizimou os povos indígenas nas Américas. Quando os europeus chegaram ao Novo Continente, trouxeram consigo doenças desconhecidas dos nativos, como a varíola, o sarampo e a gripe. "As pessoas não dão muita ênfase a essa epidemia porque ela foi progredindo e durou um grande período de tempo. Mas entre os séculos 16 e 19, essas três doenças mataram mais de 80% da população indígena do continente", afirma Stefan. 
Também entra no ranking de epidemias mais mortais a da gripe espanhola, que surgiu em 1918. "Há polêmica sobre o número de vítimas que o vírus causou. Mas, em dois anos, entre 20 e 40 milhões de pessoas morreram em decorrência da gripe", diz Stefan. Ele conta que a taxa de mortalidade da doença variou muito. Em países desenvolvidos, como nos Estados Unidos, ficou em cerca de 0,5% (muito próxima à da gripe comum), mas em nações como a Índia, até 6% dos infectados morreram. Depois de se espalhar pelo mundo, a gripe espanhola sumiu quando a população desenvolveu anticorpos, deixando de ser suscetível à doença. A partir de então, o vírus sofreu mutações e passou a causar gripes comuns. "Algo similar deve acontecer com a gripe H1N1 (a gripe suína).

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