Nem Todo Morcego É Vampiro

O morcego Desmodus rotundus, mais conhecido como vampiro verdadeiro, no teto de uma caverna

Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, os morcegos não se parecem nem um pouco com aqueles animais aterrorizantes dos filmes de cinema e das crenças populares, nem tampouco se transformam em vampiros sedutores ou em justiceiros mascarados. Na verdade, esses mamíferos voadores, pertencentes à ordem dos quirópteros, trazem benefícios à Natureza e até mesmo para os homens. Habitantes em qualquer lugar do mundo, exceto nos pólos, os morcegos, apesar de enxergarem como qualquer animal noturno ( os morcegos não são cegos), desenvolveram um sistema de percepção que chega a ser estudado, até mesmo, para aperfeiçoar equipamentos de sonar das Forças Armadas. Esse sistema ( chamado de eco-localização) se baseia na emissão de sons imperceptíveis ao ser humano. Ao encontrar algum obstáculo, esses sons  produzem um eco que ao serem avaliados pelos morcegos indicam o tamanho, a distância e a movimentação do mesmo. 
Na Natureza, seu papel é fundamental para o ecossistema. Apenas 3 das 1.000 espécies conhecidas se alimentam de sangue. O restante  prefere peixes, néctar de flores e frutos. Há ainda os que só comem insetos, ajudando o equilíbrio do ecossistema. No Brasil há 138 espécies de morcegos.
Além do mais, os morcegos têm uma função importantíssima na produção de florestas, uma vez que espalham sementes de frutas e polinizam as flores. Por isso, combatê-los como se fossem criaturas diabólicas é um erro lamentável. É necessária a identificação desses animais  por pessoas treinadas, pois se começarmos a atacar todos os morcegos  que encontramos , aí sim as nossas noites perdem um guardião importante e, fatalmente, terminarão por serem infernais.
O medo pelo desconhecimento deste grupo tem levado à perseguição  destes animais, chegando algumas espécies ao risco de extinção. A captura, a destruição dos habitats naturais e a perseguição em seus refúgios têm sido as principais causas.
Na cadeia alimentar dos morcegos hematófagos ( aqueles que se alimentam de sangue), o homem é o último a ser procurado. O morcego da espécie Desmodus rotundus, mais conhecido por vampiro, só existe em áreas onde se cria gado ou aves, sendo muito raro nas cidades. Apresenta cor parda, sendo mais clara na barriga e garganta.Vivem durante o dia em cavernas ou em ocos de árvores em grupos à vezes numerosos. Alimenta-se de sangue de bois, novilhas, cavalos, bezerras, cavalos e outros animais, dos quais lambe o sangue após morder a pele desses animais. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, os morcegos-vampiros não chupam o sangue (fazendo dois furinhos na vítima), mas sim usam os dentes incisivos para fazer um corte (parecido com uma raspagem) na pele do animal e usam a língua dobrada, em forma de tubo, para lamberem o sangue até se saciarem. A saliva tem um anticoagulante muito eficiente.

Eventualmente, quando longe de seu habitat, desorientado pelas luzes da cidade e sem encontrar alvos mais indefesos, como bois e cavalos, podem atacar o ser humano. O aparecimento de morcegos hematófagos nas grandes cidades é uma conseqüência do desmatamento e da destruição dos ambientes naturais pelo homem. Quando mordem o homem ou os animais, esses morcegos podem transmitir a raiva.


Fonte: Fundação RioZoo (www.rio.rj.gov.br/riozoo/web)

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